Bursite / Lesão de manguito rotador

Inicialmente é preciso esclarecer que o nome bursite popularizou-se, até mesmo no meio médico, mas não define bem a doença. Síndrome do Impacto é o nome correto, e acontece quando há um choque entre dois dos ossos do ombro, o acrômio da escápula e o tubérculo maior do úmero, durante o movimento de elevação do braço, comprimindo alguns tendões que ficam entre eles. Neste momento, ocorre uma inflamação que envolve tanto a bursa ou bolsa que reveste a articulação (por isso o termo bursite), quanto os tendões, então tendinite, podendo inclusive, com muita frequência evoluir para uma lesão destes tendões, conhecida como lesão do manguito rotador, que é o nome deste conjunto de tendões.

A síndrome do impacto é considerada a causa mais comum de dor crônica no ombro. Esta dor aparece acima e à frente da articulação e pode espalhar-se até o meio do braço. Os pacientes, em geral, têm uma piora da dor à noite e durante a atividade física. A síndrome do impacto pode acometer desde os jovens até os idosos. Os jovens são em sua maioria esportistas – nadadores, jogadores de voleibol ou arremessadores. Nesta fase a lesão em geral é reversível com o repouso, anti-inflamatório e fisioterapia adequada que fazem com que o ombro volte ao normal.

Nos pacientes entre 25 e 50 anos, existe dor recorrente com a atividade, principalmente com o uso do braço acima da cabeça (professores que escrevem muito na lousa, desenhistas, pintores e esportistas - tenistas, golfistas, etc...). Nestes casos o tratamento também é baseado em anti-inflamatórios e fisioterapia, entretanto, se não houver uma melhora satisfatória está indicado o tratamento cirúrgico. Acima de 50 anos, a síndrome do impacto pode estar associada à lesão do manguito rotador (lesão dos tendões), sendo um quadro mais grave.

O diagnóstico é feito através do exame clínico do paciente, associado às radiografias. Quando se desconfia de uma lesão do manguito rotador, pode-se solicitar uma Ultrassonografia ou uma Ressonância Magnética (RM) do ombro. Após a confirmação do diagnóstico, geralmente, os pacientes são encaminhados à fisioterapia que tem como objetivo inicial diminuir a dor, sendo orientados a realizar exercícios para ganhar movimento (alongamentos).

Os exercícios de elevação devem ser evitados e o fortalecimento muscular é o último estágio. Antes de retomar as atividades diárias habituais ou a prática esportiva, o paciente tem que ter recuperado a musculatura, e estar orientado quanto aos exercícios para aquecimento e alongamento que devem ser realizados antes do esporte. O tratamento cirúrgico está indicado nos pacientes com sintomas persistentes, onde houve falha do tratamento acima descrito. Se existir ruptura do manguito rotador, ele será reparado e fixado na sua posição normal. Há casos que a lesão é extensa, não sendo possível a reparação. Nestes casos, o tratamento pode ser modificado por uma prótese de ombro ou enxerto tendíneo, que podem melhorar a sintomatologia.

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